Empresário, casado, pai de três filhos, avô. Um homem de 60 anos ativo e de bem com a vida, orgulhoso da filha, que acabava de se formar em Medicina e começava a atuar em hospitais para tratar pacientes infectados com o coronavírus. Era nesse momento especial da vida que se encontrava José Edson Nunes Queiroz antes de contrair a covid-19. O clima de tranquilidade na família teve uma pausa, mas, depois de 202 dias internado no Hospital Alberto Urquiza Wanderley, ele conseguiu finalmente voltar para casa.
José Edson deu entrada no Hospital Alberto Urquiza, unidade da rede própria de atendimento da Unimed João Pessoa e referência no tratamento de covid, no dia 22 de dezembro de 2020. A alta só ocorreu no último dia 11 de julho. A maior parte deste tempo, ele ficou em uma UTI, sedado e desafiando o conhecimento dos médicos. Enquanto lutava pela vida, os familiares e amigos acompanhavam diariamente as notícias. Foram dias de angústia, expectativa, mas de muita fé e esperança.
A médica Lara Queiroz, uma das filhas que trabalha no atendimento a pacientes com covid em mais de um hospital, disse que, em relação ao pai, sentia-se de mãos atadas. “O mais difícil de ser profissional de saúde é a sensação de não poder fazer nada a mais, você olhar para seu pai em um tubo e não ter nada para fazer… a não ser orar”, disse.
Sem comunicação – A permanência na UTI foi longa. Dos 202 dias de internação, mais de 120 foram sem comunicação alguma com a família, pois ele estava sedado. “Foi quando perdi a esperança dele sair com vida”, revelou Lara. De acordo com ela, estatisticamente, a cada 25 paciente em diálise e uso de ventilação mecânica, apenas um sai. A médica disse que um conforto era saber que o pai estava bem cuidado. “Sempre foi acompanhado por equipe competente, conseguia discutir o caso com os médicos. Eles me explicavam tudo que iriam fazer”, contou.
A esperança da alta veio após o primeiro ciclo de hemodiálise. Como o corpo dele não conseguia ficar sem a medicação, retornou para a diálise depois de um novo esquema de antibióticos. “Até então, ele estava sem nenhuma comunicação, apenas abria os olhos, sem demonstrar nenhum nível de consciência. O quadro piorou muito e eu e minha madrasta cogitamos os cuidados paliativos. Depois de mais de quatro meses de internação, ele foi para o apartamento, para a família se despedir”, lembrou.
Recuperação – Foi então que as coisas começaram a mudar. No dia 11 de maio, José Edson retornou o nível de consciência e foi melhorando de forma expressiva. Prestes a ter alta, precisou voltar à UTI. Um mês depois, em 11 de julho, para alegria de todos, teve alta e retornou para casa.
No momento, está sem uso de oxigenoterapia, saturando 98% em ar ambiente (parâmetro considerado muito bom), mas ainda busca a recuperação completa. Para isso, faz fisioterapia e fonoaudiologia e conta com uma enfermeira e visita de médicos.
Os familiares destacam a importância do tratamento e dos profissionais que cuidaram de José Edson. “Nós só temos a agradecer à Unimed João Pessoa. Todos os profissionais deram o maior suporte. Pessoas que nem eram do setor iam lá ao apartamento só para ver como meu pai se encontrava. Isso não tem preço”, disse Lara. Ela também agradece a Deus por essa história ter tido final feliz. “Nosso ‘milagre’ se encontra evoluindo bem. Ele tem noção do tempo e muita força de vontade de voltar a viver”, disse Lara.