O empresário Ruy Gaspar, diretor do Grupo AG Hotéis, do Rio Grande do Norte, que ganhou ação na Superior Tribunal Federal (STJ) o direito de posse do Hotel Tambaú, em João Pessoa (PB), deu algumas ‘pistas’ do que pretende colocar no projeto de revitalização do equipamento construído na década de 70, com concepção na década de 60, assinado pelo arquiteto Sérgio Bernardes. O hotel foi inaugurado em 1971. “Tudo que trouxer mais valia poderá ser implementado”, afirmou, durante entrevista ao jornalista Heron Cid, na TV Norte Paraíba, nesta segunda-feira (19), no programa Hora H.
Durante uma hora de entrevista, Ruy Gaspar afirmou que o projeto do novo Tambaú será de autoria de arquitetos paraibanos. Aliás, ele revelou que almoçou, nesta segunda-feira, com um grupo de arquitetos e que já desenharam algumas propostas que poderão ser implementadas no projeto final. Em 45 dias o grupo deverá apresentar um projeto reunindo todas as ideias previamente discutidas. “Estamos já trabalhando e correndo contra o tempo”.
A ideia do Grupo AG Hotéis é de tornar o Hotel Tambaú no melhor e mais luxuoso equipamento do Brasil. Para isso, Ruy Gaspar antecipou que o nome do novo hotel será Ocean Palace Tambaú, unido as duas marcas, mas agregando a marca do Ocean Palace, que já é reconhecida no Brasil e exterior por oferecer serviços de 5 estrelas de luxo.
Ele afirmou que no Tambaú não será adotado o sistema de all incluse, como o Ocean Palace. A ideia é abrir o restaurante, que tinha um selo de qualidade, ao público. “Sei que o sistema all incluse é rentável, como no Ocean Palace e até o Costeira Palace Resort, outro equipamento do grupo inaugurado em abril deste ano. Mas a ideia inicial é de não adotar no Tambaú”.
Grupo encontrará um equipamento totalmente deteriorado
Ruy Gaspar revelou também, que sabe que terá muito trabalho pela frente para a retomada do Tambaú, que passa pela reforma de praticamente tudo, pois sabe que encontrará um equipamento totalmente deteriorado. O empresário estima um investimento de R$ 100 milhões, quase três vezes mais do que o valor que terá que pagar pelo arremate no leilão, de R$ 40,6 milhões. Por exemplo, grupo terá que construir uma subestação nova.
Entre as ideias sugeridas no encontro com os arquitetos estão a possibilidade de criar um ambiente comercial no interior do hotel, com lojas; construção de um Parque Aquático com diversas piscinas e uma cascata de água; criação de ambientes para a promoção de eventos corporativos; reformulação do restaurante. “Uma coisa que quero fazer é a mudança do formato da entrada do hotel. Sempre tive uma má impressão da forma como ela era, com um acesso difícil de veículos. Isso eu pretendo que seja mudado”, antecipou.
Além de contratar um escritório de arquitetura da Paraíba, a mão de obra que trabalhará futuramente no Tambaú terá como preferência os paraibanos. Ruy Gaspar estimou que deverão ser contratadas entre 250 e 300 pessoas de forma direta, além dos indiretos. Em alguns casos específicos os profissionais deverão ser de outros estados.
Sobre a competição do Hotel Tambaú com os resorts que estão sendo construídos no Polo Turístico do Cabo Branco, na Capital paraibana – o Grupo AG Hotéis também está investindo na área -, o empresário fez uma relação que define a decadência do Tambaú. “Estamos preparados para essa competição, porque vamos modernizar o hotel em todos os sentidos, com tudo de melhor que o mercado oferece. O Tambaú quebrou porque faltou administração. Você, para oferecer serviços 5 estrelas, precisa ter um wi-fi excelente e uma TV 43 polegadas, no mínimo”.
Para o empresário, o Hotel Tambaú “dá de 10 a 0” no Copacabana Palace, o icônico hotel construído na orla do Rio de Janeiro, um dos espaços mais caros do Brasil. O Hotel Tambaú, pontuou Ruy Gaspar, era tão famoso como o Copacabana Palace no exterior. “Nos tempos áureos da Varig, a companhia aérea era a embaixadora do Brasil no mundo e o Hotel Tambaú ostentava um selo nesse contexto”, disse.
Com turismoemfoco
Fotos: Reprodução TV Norte Paraíba