Junho foi um mês de memórias fortes e celebrações para Xuxa Meneghel, que continua reafirmando sua importância como um dos maiores nomes da cultura pop brasileira. Duas de suas obras mais icônicas voltaram ao centro das atenções: o longa-metragem “Lua de Cristal”, que completa 35 anos de lançamento, e o lendário “Xou da Xuxa”, que marcou gerações e estreou na TV Globo em 30 de junho de 1986, há exatos 39 anos.
Mais do que datas simbólicas, esses marcos revelam a permanência de Xuxa na memória coletiva e a força de sua trajetória, que atravessa décadas com frescor e impacto. Como parte dessa redescoberta, material inédito do “Xou da Xuxa” veio à tona, reacendendo a nostalgia e o fascínio por um dos maiores fenômenos da televisão brasileira. O programa não apenas consolidou Xuxa como a “Rainha dos Baixinhos”, mas também revolucionou a linguagem dos programas infantis no país.
Coincidência ou não, o aniversário do programa é celebrado no mesmo mês em que “Lua de Cristal”, sucesso absoluto de bilheteria lançado em 21 de junho de 1990, também completa aniversário. O filme foi produzido em meio a um cenário econômico adverso, durante a recessão do início do governo Collor, que praticamente paralisou a produção audiovisual nacional. Mesmo assim, tornou-se o filme brasileiro mais assistido do ano, com mais de 5,1 milhões de espectadores, e garantiu a Xuxa a maior bilheteria da década de 1990 no Brasil.
Mais do que números, “Lua de Cristal” tem um significado afetivo para a apresentadora. Em entrevista ao site Heloisa Tolipan, ela falou sobre a mensagem que ainda ecoa depois de tanto tempo
“Eu acho que a grande mensagem de 35 anos atrás para hoje é a mesma: acreditar sempre nos sonhos, não deixar que eles envelheçam. Correr atrás, não deixar que digam que você não vai conseguir. A mensagem é sobre força, esperança e realização.”
O argumento do filme foi concebido por Patricya Travassos, colaboradora do produtor Diler Trindade, e surgiu de forma inusitada:
“Fui dormir de tarde e acordei com uma história na cabeça. O dia em que o argumento foi aprovado foi o mesmo em que fui para a maternidade ter meu filho”, relembra a autora.
Dirigido por Tizuka Yamasaki, o filme uniu conto de fadas e musical juvenil com a persona midiática que Xuxa representava no auge da carreira. Para a diretora, o impacto foi além do esperado:
“Quando você está fazendo um filme, não imagina que ele vai entrar fundo na alma de uma pessoa. E Lua de Cristal foi isso”, disse no documentário Lua de Cristal às Avessas.
Curiosamente, o longa nunca ganhou uma trilha sonora oficial. A razão foi estratégica: o lançamento coincidiu com o álbum “Xuxa 5”, que, pela primeira vez, não carregava o nome “Xou da Xuxa” no título. A gravadora optou por concentrar esforços na divulgação do disco, evitando uma concorrência interna entre os produtos.
Hoje, ao completar 35 anos, “Lua de Cristal” segue como parte fundamental do imaginário afetivo de várias gerações. E o “Xou da Xuxa”, prestes a completar quatro décadas, continua sendo revisitado com admiração e nostalgia, reafirmando a força de Xuxa como um dos maiores fenômenos da cultura de massas no Brasil.