Em pleno clima de São João, quando o Nordeste se ilumina com festas, fogueiras e tradição, a Paraíba acende um alerta importante: a necessidade urgente de doações de sangue. A campanha “Junho Vermelho” ganha força no estado, impulsionada pela Afya Paraíba, com o objetivo de sensibilizar a população para um gesto que pode salvar vidas, especialmente neste período de aumento nos acidentes e baixa adesão aos bancos de sangue.
Dados do Hemocentro revelam que os estoques sanguíneos operam atualmente com apenas 30% da capacidade ideal, quando o recomendado é manter níveis entre 60% e 100%. “A queda nas doações já é perceptível nas últimas semanas, e fazemos um apelo para que os doadores compareçam antes dos principais dias de festa, quando a demanda por sangue tende a aumentar drasticamente”, ressalta a diretora-geral da instituição, Shirlene Gadelha.
Apenas uma doação, cerca de 450 ml de sangue, pode salvar até quatro vidas, já que o material é fracionado em componentes como hemácias, plaquetas e plasma. Mesmo sendo vital, no Brasil apenas 1,8% da população entre 16 e 69 anos é doadora, quando o ideal seria pelo menos 3%, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde.
Para o diretor da Afya Paraíba, Sérgio Ricardo, é fundamental incluir esse tema na formação médica desde cedo. “É essencial fortalecer a cultura da doação regular, educando futuros médicos e a sociedade sobre esse gesto simples, mas de alto impacto. A Afya Paraíba está comprometida em formar profissionais que não apenas pratiquem, mas promovam a doação de sangue como política pública de saúde”, afirma.
Quem deseja doar deve ter entre 16 e 69 anos (com consentimento no caso de menores de idade), pesar no mínimo 50 kg, estar em boas condições de saúde, descansado e bem alimentado. As doações podem ser feitas no Hemocentro da Paraíba, localizado na Avenida Pedro II, em João Pessoa, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados, das 7h ao meio-dia.
É importante lembrar que o doador deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a coleta e observar o intervalo exigido após procedimentos como tatuagens ou micropigmentação, que varia de seis a doze meses.