O delegado Rivaldo Barbosa foi preso hoje porque teria dado aval para o assassinato da vereadora Marielle Franco com a promessa de não investigar o crime. A informação consta da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa.
O que aconteceu
Além de autorizar o crime, o delegado teria garantido a impunidade ao homicídio. Rivaldo foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, assumindo o cargo durante a intervenção federal no estado, por indicação do general Walter Braga Netto. A prisão do delegado foi por obstrução de Justiça.
O delegado assumiu o cargo um dia antes da morte de Marielle. O assassinato completou seis anos em 14 de março.
Não há confirmação de que Ronnie Lessa apresentou provas sobre o que disse em relação a Rivaldo. A delação premiada dele foi homologada na última terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal.
Também foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-DF) e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. As ordens de detenção são do ministro Alexandre Moraes após recomendação da Procuradoria-Geral da República.
Os outros dois detidos são suspeitos de serem “autores intelectuais” da morte de Marielle e de Anderson Gomes, motorista da vereadora. Ambos, que são irmãos, também respondem pela tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora de Marielle que estava no carro no dia do crime.
Os três presos estão na Polícia Federal do Rio de Janeiro. Eles devem ser transferidos para Brasília e ficarão em um presídio federal. A família de Marielle se disse surpresa com a suposta participação do delegado Rivaldo porque ele era conhecido da vereadora e tinha confiança dela.
Também houve cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão. Os alvos são policiais e os motivos da ordem judicial não foram fornecidos pela PF.
O ex-titular da Delegacia de Homicídios, Giniton Lages, Marcos Antônio de Barros Pinto e Erika de Andrade de Almeida Araújo estão na lista dos alvos de buscas. A PF não revelou o grau de envolvimento deles. A reportagem tenta contato com os envolvidos na ope